Além do que comer e de quanto comer, de fundamental importância é como comer - o que pode modificar o aproveitamento do que se ingere.
A digestão começa efetivamente na boca e é indispensável que o alimento fique o máximo possível dentro da cavidade oral antes de ser deglutido. Do contrário sua absorção não será a ideal e com mais facilidade ele será transformado nas indesejáveis "reservas".
Há várias razões bioquímicas, metabólicas e neurológicas para que os alimentos sejam degustados. Mastigar lentamente é, além de tudo, uma bela forma de prazer ! E essa é uma palavrinha quase mágica. O cérebro dá diretrizes diferenciadas ao processamento de tudo que fazemos com prazer. Nossos corpos respondem objetivamente a essa sensação : a saciedade pode ser antecipada se degustamos os alimentos. Por isso, em primeiro lugar, passe a comer mais devagar. Bem mais devagar !... Degustando...
Se o alimento é engolido sem a ação químico-enzimática oral, ele não será adequadamente digerido. Se, ao contrário, seu processamento começar efetivamente na boca, todas as outras etapas a seguir serão facilitadas, todo o processo digestivo será otimizado e o metabolismo se beneficiará enormemente com isso.
As refeições devem delinear-se rituais... ou quase isso : hora de comer é hora de comer, com a atenção voltada apenas à comida.
Nosso corpo, como nós, tende à preguiça. Sem bons motivos para trabalhar rápido, trabalhará devagar. Se dinheiro caísse do céu, você se esforçaria em tarefas para alcançá-lo ? Pois é. Nosso corpo age mais ou menos da mesma forma. Se não instalarmos mecanismos para que ele se ative...
Um mecanismo para ativar o metabolismo, otimizando o gasto de energia é,o fracionamento da dieta. Esta conduta incrementa o gasto energético corporal, ajudando a gastar as "reservas". Consiste em dividir as calorias de um dia em múltiplas frações, ou seja, fazer mais e menores refeições.
O intervalo ideal é variável de pessoa para pessoa mas uma boa medida é não passar mais de quatro horas sem ingerir algo. Um intervalo de três horas se encaixa muito bem para a maioria. Você deve dar a seu organismo algum ( não muito ) combustível para que ele se mantenha sempre trabalhando e você não sinta fome.
Se acorda cedo, comece com um desjejum leve. O que comer ? Depende do que você gosta de comer. É preferível que coma pão se gosta muito de pão do que comer cereais detestando cereais. Não se esqueça da palavrinha que faz diferença: prazer !
Se você se satisfizer com frutas, inicie assim então sua manhã. Acrescentando um pedaço de queijo a saciedade se prolonga ainda mais.
Se fruta for detestável e você amar um pãozinho, coma uma ou duas fatias de um pão integral, com fibras, de preferência. As fibras devem estar presentes em todas as suas refeições, se possível. Diminua bem as gorduras, tomando chás de ervas ou leite desnatado, escolhendo os queijos mais magros como os light ou a ricota, em vez dos amarelos ( prato, muzzarela... ) e diminuindo ou evitando os embutidos como presuntos, salames e similares. Uma ou outra vez, nenhum problema. Só não faça desses alimentos sua companhia constante.
Reforçando: o ideal é que com o passar do tempo os hábitos sejam alterados, com uma troca por elementos mais naturais e saudáveis. Mas isso não precisa ser feito de uma hora para a outra.
Cuide para não ingerir muito líquido com os alimentos sólidos ( em refeição alguma ). Isso interfere na bioquímica da digestão.
Se você se dispuser a sentar e degustar calmamente uma fruta ou outro alimento qualquer, com absoluta certeza, será muuuuuito mais saboroso ! Comer correndo é adoecer aos poucos. Em vários sentidos.
Intercale um alimento no meio da manhã. Não precisa sair de seu ambiente de trabalho. Apenas pare um instante. Deixe de trabalhar por uns minutos, como se fosse, por exemplo, ao banheiro ou dar um telefonema. Sua opção pode ser um iogurte ou uma barra de cereais ou queijo fresco... ou uma fruta. Esta, além de ter carbohidratos geradores de energia fácil e ser de fácil absorção, é fácil de levar consigo.
O almoço ideal é iniciado com um bom prato de fibras, ou seja, verduras e legumes, predominantemente crus. É um modo muito eficaz de atingir maior saciedade e diminuir a absorção das gorduras veiculadas por outros alimentos. Depois de comer bemmm de-va-gar esse primeiro prato, passe então ao segundo - menor - com carne magra, arroz, feijão ou massa. Você já terá seu apetite bem diminuído depois do belo prato de verduras !... Componha o segundo prato com a menor quantidade possível de gorduras (quer seja nos componentes do feijão, nos molhos das massas, no modo de preparo das carnes). Quando sua única opção for algo gorduroso, capriche ainda mais na salada inicial, além de comer ainda mais lentamente.
No meio da tarde uma frutinha vai muito bem, ou um iogurte, ou uma barra de cereais integrais...
À noite, o jantar pode ter os mesmos moldes do almoço, começando pelo generoso prato de verduras e legumes majoritariamente crus. Depois a opção pode ser peixe ou carne magra, ou ainda legumes ( cozidos ou em forma de sopa).
Nossas necessidades energéticas à noite são bem menores, por isso para não aumentar ainda mais as reservas a refeição deve ser mais leve e realizada mais cedo, enquanto ainda estamos ativos.
Se for sair e quiser se ajudar (talvez não consiga escapar de alimentos pouco saudáveis), previna-se ingerindo, antes, uma boa quantidade de fibras. O ideal é que isso seja feito sempre, o que multiplica os benefícios.
Nada de paranóia ! Isso vai se tornar natural !
Basta que haja a disposição de dar alguma atenção ao assunto.
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