É um erro imaginar que os fatores causadores de stress provêm exclusivamente do meio ambiente e nos atingem apenas de fora para dentro. É claro que esses fatores são os mais visíveis, mas nem por isso os mais frequentes ou importantes. Há outros - quase imperceptíveis à nossa observação - que sabotam silenciosamente nossa saúde e nosso bem-estar.
Para um melhor entendimento, é possível separarmos os agentes causadores de stress em dois grupos distintos: agentes estressores externos e agentes estressores internos.
Os primeiros, mais conhecidos, são representados pelos desafios do cotidiano de cada um. Vêm de fora para dentro, do mundo para o indivíduo. São as tarefas e prazos a cumprir, obstáculos concretos a superar, dificuldades relacionais, condições ruins de transporte, trabalho, moradia... excesso de calor ou de frio... dores, perdas afetivas ou materiais...
Os agentes internos são os que se originam dentro de nós. Aqueles que nós produzimos, de acordo com características pessoais e com o modo como vemos o mundo : nossos pensamentos. Um exemplo pode ser o da mãe que aguarda o retorno do filho, habitualmente ao mesmo horário. Ele demora. Não avisou sobre um possível atraso e não há meios de comunicação. “Aconteceu alguma coisa”: é o que ela pensa. Começa imediatamente a ficar tensa, nervosa. Mesmo sem nenhum fato concreto, seus pensamentos são de que algo ruim aconteceu. Seu cérebro, então, trabalha partindo desta informação e funciona como se algo houvesse mesmo ocorrido, preparando seu corpo para reagir frente ao “fato novo”.
Todo aquele mecanismo excitatório de que já falamos anteriormente é posto em ação, como se houvesse uma situação real a enfrentar, como se ela veridicamente precisasse lutar contra "alguém" para preservar a vida – no caso, de seu filho. A frequência cardíaca aumenta, a pressão arterial se eleva...
Mas a situação não oferece um elemento real contra o qual agir, não há ação prática a empreender. Além do desgaste mental, dá-se um grande desgaste físico, totalmente improdutivo e ineficiente. Somos, nesses momentos, verdadeiras panelas de pressão.
Nosso sistema interno não separa o real do imaginário. Desde que imaginemos, é real para ele - que desencadeia as mesmas reações, libera as mesmas substâncias, altera nossa fisiologia do mesmo modo que numa ocorrência de fato. Ou seja, mesmo não sendo verdade, pensar que é basta para que nosso organismo se ative e nosso corpo sofra as consequências.
Agora multiplique isso por...
Sim, pelo número de vezes que nos preocupamos, pelos juízos ruins que fazemos, pelos julgamentos que antecipamos, pelas crenças negativas que temos, pelas lembranças que remoemos, pelas situações que imaginamos, ressentimentos que cultivamos, presunções que alimentamos, dissabores que prolongamos...
Não paramos de pensar ... e não avaliamos como pensamos.
Podemos estar trabalhando contra ou a favor de nós mesmos.
Que tal pensar a respeito ?!
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