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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dia de SAÚDE

ALIMENTAÇÃO


Por que comemos ? Por que comemos tanto ?
Além de fornecer energia, elementos à construção e manutenção de órgãos e tecidos, o alimento tem papel sócio-cultural: é elemento que agrega e fonte fácil de prazer.

Cada vez mais restritos às nossas casas, rotineiramente vinculando convívio social à comida, estreitamos os laços entre o desejo de bem-estar e o mundo da alimentação. A história mostra que as reuniões sempre se deram ao redor das mesas. Toda comemoração acontece em torno de comida e bebida: divide-se o pão no espírito da multiplicação da alegria.

Mas há, também, algo de novo sendo acrescido ao reino alimentar: o comer tem se tornado mais solitário, vestindo-se de anestésico, remédio contra ansiedade, dores sentimentais, tampão de emoções. Não demanda receita médica, seu consumo é lícito, tem postos de venda sempre acessíveis e variedade para todos os bolsos.

Está cansado ? Comer relaxa !
Tenso ? Comer relaxa !
Ansioso ? Comer relaxa !
Entediado ? Comer relaxa !
Ajuda até a passar o tempo quando ele parece não querer passar. Ocupa espaço quando falta algo. Ocupa lugar quando parecemos vazios.

E sob esses pretextos ninguém devora uma bacia de salada ! Instintivamente procuramos alimentos que forneçam substâncias inebriantes, entorpecedoras. Comemos, então, não para suprir necessidades nutricionais... mas até que o "relaxamento" aconteça. Comemos até que algo nos preencha.

Alguns alimentos contêm elementos que efetivamente interferem na química cerebral proporcionando a sensação sedativa. São carbohidratos: açúcares, amidos. Sua metabolização causa sensações parecidas às da ingestão de algumas drogas, por isso buscamos esses elementos.

Inadvertidamente estabelecemos o hábito de aplacar tensões, reduzir ansiedade, preencher vazios, matar tempo... com comida. É fácil ! Está à mão e, momentaneamente, parece funcionar. Por um curto espaço de tempo some a raiva, "evapora" o problema. Embarca-se, por alguns instantes, em conforto, tranquilidade... que não demoram a reverter-se novamente em ansiedade, culpa, tensão...

Comer é bom, é muuuuito bom !... Mas além de não ser a única opção de prazer, não é um bom analgésico: seu efeito é fugaz e, com frequência, deflagra alguma dor de cabeça depois.

Que tal trocar, ao menos de vez em quando, o pacote de salgadinho por uma pequena caminhada... ou  conversa fiada ?

Que tal tentar algo diferente, só para variar ?

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