Se o equilíbrio químico do cérebro não garante felicidade, é certo que o contrário incomoda e muito. Não podemos desprezar a força dos hormônios – que alteram a ação dos neurotransmissores e o humor. A mulher tem variações diárias de hormônios. Uma depressão pode ser provocada pela queda do estrógeno, por exemplo. Nos homens, a testosterona regula a disposição para o sexo. Registra-se, ainda, a importância da dieta alimentar. A falta de vitamina B6, por exemplo, contribui para o desequilíbrio entre os neurotransmissores. Felicidade também é o bom funcionamento do organismo.
Apesar do valor que se deve dar à saúde do corpo, há quem consiga sorrir até mesmo na doença. Para o contentamento que resiste à adversidade, psicólogos, e médicos defendem a mesma fórmula: autoconfiança e aceitação da realidade (o que não pressupõe acomodação pura e simples ). Aceitar um fato é o primeiro passo para mudá-lo.
Há casos extremos em que a própria doença vira um atalho para a felicidade. O risco de estar com os dias contados e a sua superação acabam por fazer as pessoas reavaliarem seus valores e darem uma guinada em suas vidas.
As pessoas se iludem ao pensar que ser feliz é não ser contrariado. “Só os mortos não têm problemas”. Feliz não é aquele que não cai, mas o que sacode a poeira e dá a volta por cima.
A felicidade condicionada a fatores externos é artificial. Se a felicidade viesse de fora, um acontecimento não geraria sofrimento em um e alegria
A vida é dinâmica. Ora estamos por baixo – é o momento de aprender –, ora por cima – aí sim devemos comemorar. Dentro desta ótica, aquele que entende que a vida é cíclica seria mais feliz do que o que acumula vitórias.
Uma das razões para o eterno desapontamento é que as pessoas reservam o prazer ao bom resultado, desprezando o que o trabalho em si pode proporcionar. O pintor deve ficar feliz em pintar e não só em ver a casa pronta. Quase sempre o serviço é encarado como uma tortura e as pessoas dramatizam as mínimas dificuldades.
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