O ser humano quer viver mais. Renega a morte, repudia a velhice. Gostaria de viver para sempre... sem passar pela meia-idade, conservando eternamente a juventude: persegue o irreal.
Estamos estabelecendo metas cada vez mais rigorosas para nós mesmos, buscando alcançar índices de excelência cada vez mais altos, maximizar resultados... como se viver fosse correr atrás de alguma coisa sempre mais distante, inatingível.
Vivemos uma época de extremismos. Tudo tem de ser mais, ou o melhor. Todos desejam o último modelo seja lá do que for, usar a etiqueta da moda, parecer mais que o vizinho... e nada de adiposidades em lugar algum; ein !...
Em busca de felicidade, são impostos níveis, números, resultados cada vez mais distantes do que aqueles “em mãos”. O topo é sempre algo mais alto, algo adiante.
Progredir, naturalmente, é salutar. Mas o que se pode perceber é uma multiplicação de neuroses, de seres ansiosos, inquietos, depressivos, insatisfeitos, desgostosos.
A perfeição não existe no universo humano. Via de regra, o bom senso está no meio termo.
Muito podemos fazer por nós se, ao invés de perseguir o arco-íris, desfrutarmos um pouco mais do espetáculo que ele proporciona, apreciando o caminho, extraindo mais prazer da jornada.
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