Vencer: particularmente plural
Para crianças, universo é um conjunto de coisas e seres orbitando ao seu redor. Somos, então, o centro das atenções e o que demonstramos desejar tende a vir a nós, quase em passes de mágica. Sem noções de público e privado, lutamos aos gritos, caretas e choros pelo direito de ter. Repartir não é algo que saibamos fazer. Aos poucos vamos sendo ensinados a dividir.
À medida, porém, que passamos a nos defrontar com alguns desafios e percebemos ter de lutar para alcançar objetivos, começamos a conceber que não somos o centro do universo: para destacar-se faz-se imperativo competir. E competir não é ganhar junto, não é vencer acompanhado. Parece claro que para alguém ganhar é necessário que alguém perca.
Somos estimulados a ser o melhor aluno, o melhor jogador, o melhor funcionário... sem que as bases da cooperação sejam ressaltadas. Faz-se importante chegar à frente, pessoalmente. Pouca ênfase é dada ao trabalho conjunto, à conquista no coletivo. A união faz a força é mais um slogan bonito e ganho comum soa como mote de político em campanha.
Mas há lugar para todos ! Há espaço para que todos sejam vencedores particulares em suas próprias vidas. Ganhar não significa derrotar alguém. O sucesso do outro não impede nosso sucesso nem se converte em fracasso alheio. Desejamos ter e que os outros não tenham simplesmente para nos sentirmos superiores: uma forma ilusória de aumentar o próprio valor e diminuir a insegurança.
O ganho conjunto é a grande vitória ! E para que todos ganhem é demandado abrir mão de defesas e desistir de ataques; o que não é fácil. É preciso que superemos a nós mesmos, nossos orgulhos, vaidades e egoísmos, transpondo barreiras de condicionamentos e da própria personalidade. Isso requer coragem. E daí surge a VITÓRIA.